Tem
coisas que eu não gostaria de publicar no blog, mas não adianta, não seria eu
mesma e minha vida se não o fizesse.
Meu pai
está novamente hospitalizado, desta vez para repor alguns eletrólitos que estão
faltando e colocar uma gastrostomia. Afinal, ele não esboça melhoras como imaginávamos.
Por mais que eu tente seguir em frente e erguer a cabeça, é muito difícil,
quase humanamente impossível...
Tenho
medo, fé, cansaço, desespero, alegria, tristeza, tudo junto misturado...
Medo do
que poderá ser o futuro, do presente nada agradável e de um passado que não me
faz tão bem assim.
Agradeço
novamente por ter um marido tão bom e dedicado. Meu companheiro de todas as
horas, que me faz sorrir até nos piores momentos. Toda vez que caio lá esta ele
me estendendo a mão para seguirmos em frente.
Ontem o
removeram para o hospital e meu marido foi junto e esta lá até agora. Pois como
comentei anteriormente, somos somente eu e ele e mais uma criança de 5 anos.
Tudo é difícil, às vezes vejo meu filho perdendo a infância para uma doença que
ninguém pediu para existir, muito menos ele. Os passeios de domingo não existem
para ele há muito tempo e na maioria das vezes eu estou tão cansada que não
tenho coragem de brincar. Ele se sente só em uma casa onde a dor se aninha nos
cantos e a realidade é tão dura que diversas vezes eu pego ele cuidando do avô
e vivendo toda esta batalha... Ele não tem força e nem idade para guerrear! Ele
tem uma bicicleta que jamais andou, ia para a escola, fui obrigada a tirá-lo,
pois custava 600,00 e agora esta fazendo falta para o tratamento do meu pai. Sobraram
a ele somente os sonhos de criança.
A
assistente social da UNIMED quando vem aqui me questiona que tenho que voltar a
trabalha e a sair de casa. Fica preocupada, pois segundo ele ficaremos doentes.
Mas, quando a questiono de sermos somente nós e que mesmo meu pai tendo outros
dois filhos, noras, sobrinhos etc... ninguém se importa com quem esta doente.
As pessoas esquecem que um dia elas poderão ficar velhas e que nesta velhice,
estar com a família é o mais importante. Dar as costas para um problema é muito
fácil, difícil é encará-lo de frente!
Às vezes
sinto quase um ódio incontrolável destes mesmo que abandonaram meu pai, pois
quando ele estava bem, viviam a sua volta... Meu pai sempre foi um excelente
homem, ajudou a todos os filhos a crescerem, sempre nos salvava nos piores momentos
e quando ele fica doente o abandonam.
O mais
engraçado disto tudo é que hoje sou filha única na hora de cuidar, porém com
certeza não serei na hora de partilhar a tal herança que eles tanto esperam... Lamentável!
Uma
certeza eu tenho: Por mais que usemos de mascaras para fingir e manipular os outros,
Deus conhece o coração de cada um... Fico tranqüila! Deito minha cabeça no
travesseiro e durmo em paz!
Meu pai
já chorou muito pelo abandono dos filhos... E eu já briguei muito por este
abandono. Não é justo!
Há um ano
eu estava com meu pai no hospital e me filho teve uma grande crise de asma,
precisou ser internado. Resumindo: Eu ficava em um andar do hospital da PUCRS
com meu filho e meu marido em outro com meu pai... Ficamos 15 dias morando lá.
Pedi ajuda a um dos meus irmãos, pedi que passasse pelo menos uma tarde com meu
pai para eu ir para a casa e recebi um sonoro: Não, não posso! Tenho outras
coisas a fazer!
Enfim,
não vou me estender e descontar minha raiva aqui escrevendo, pois não caberia
em uma página...
Não sou
mais e nem menos que ninguém, porém uma coisa eu sei: Estou tentando!
Deixo
aqui uma mensagem que vi no face e me tocou:
Um dia,
uma pequena abertura apareceu em um casulo, um homem sentou e observou a
borboleta por várias horas conforme ela se esforçava para fazer com que seu
corpo passasse através daquele pequeno buraco.
Então pareceu que ela parou de fazer qualquer progresso.
Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais
longe.
O homem decidiu ajudar a borboleta.
Pegou uma tesoura
e cortou
o restante do casulo.
A borboleta saiu facilmente, mas seu corpo estava murcho e tinha as asas
amassadas.
O homem continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a qualquer
momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o
corpo, que iria se afirmar a tempo.
Nada aconteceu!
Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo
murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar.
O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendia era que o
casulo apertado e o esforço
necessário para a borboleta passar através da pequena abertura eram o modo com
que Deus fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas
de modo que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.
Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida.
Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos,
ele nos deixaria aleijados.
Nós não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido.
Nós nunca poderíamos voar.
Eu pedi força... E Deus me deu dificuldades para me fazer forte.
Eu pedi sabedoria...E Deus me deu problemas para resolver.
Eu pedi prosperidade...E Deus me deu cérebro e músculos para trabalhar.
Eu pedi coragem...E Deus me deu perigo para superar.
Eu pedi amor...E Deus me deu pessoas com problemas para ajudar.
Eu pedi favores...E Deus me deu oportunidades.
Eu não recebi nada do que pedi...
Mas eu recebi tudo de que precisava.
P.S:: Roubartilhei esta mensagem do face do Herald cirurgia bariátrica...